Acaso
Um dia, já tem muito tempo, uma estrela imensa explodiu no ar e fez tudo o que fez. Depois disso, já tem muito tempo, a gente começou a andar, sentir, amar: essas coisas sem sentido que são importantes demais. Depois a gente ficou um tempo abandonado pela pulsão inicial, a ponto de começar a chamar a estrela no ar. Erguer as mãos, preencher vazios, ter medo, chorar: essas coisas sem sentido que são imensas demais. Foi então que veio o caos, quando a estrela faltou. O mundo é uma grande falta que a gente não aceita, um grande medo que a gente não quer ver: essas coisas sem certeza que são doloridas demais. Aí a gente fica vivendo, cada um de um jeito, arrastando dores, ausências, alegrias, constâncias e vínculos no trilhar bonito que a estrela deixou. Não adianta chorar. Tem coisa que não volta. Mas tem gente que diz que sente, que ouve, que viu, e que está certo sobre a estrela dos sentidos que ficou lá no passado. Mas certeza mesmo, ninguém tem, quando para pra pensar. Um dia, d